quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Príncipe - Nicolau Maquiavel

“Digo, pois, que no principado completamente novo, onde exista um novo príncipe, encontra-se menor ou maior dificuldade para mantê-lo, segundo seja mais ou menos virtuoso quem o conquiste.” (Capítulo VI).
As dificuldades vão ser maiores ou menores dependendo de quem vai ser a autoridade, no caso, o príncipe. Vai depender da sua capacidade, de suas virtudes o processo daqui pra frente.


“Aqueles que somente por fortuna se tornam de privados em príncipes, com pouca fadiga assim se transformam, mas só com muito esforço assim se mantêm: não encontram nenhuma dificuldade pelo caminho porque atingem o posto a vôo; mas toda sorte de dificuldades nasce depois que aí estão.” (Capítulo VII).
Um príncipe que por sua fortuna, talvez fortuna essa sem ser por meios do mesmo facilmente se transforma em um príncipe, mas se manter no principado é o mais difícil, porque conseguiram tudo e então não encontram nenhuma dificuldade e só quando essas dificuldades aparecem que vão começar a descobrir o que já precisavam saber.


“Concluo, pois, que variando a sorte e permanecendo os homens obstinados nos seus modos de agir, serão felizes enquanto aquela e estes sejam concordes e infelizes quando surgir a discordância.” (Capítulo XXV).
Aqueles que têm mente, digamos, teimosas serão felizes até o momento em que todos concordarem com ele, mas quando discordarem dela se torna infeliz.


“Um príncipe não deve ser amado nem odiado, apenas temido”.
Uma pessoa quando está no poder não está ali para ser amada ou odiada por alguém, não está ali para agradar ninguém, mas sim pra fazer a coisa certa conforme o seu pensar. A autoridade, no caso, o príncipe deve ser temida pelo seu povo a ponto de que seja respeitada e não contrariada.

O Príncipe - Nicolau Maquiavel

“É coisa muito natural e comum o desejo de conquistar e, sempre, quando os homens podem fazê-lo, serão louvados ou, pelo menos, não serão censurados; mas quando não têm possibilidade e querem fazê-lo de qualquer maneira, aqui está o erro e, consequentemente, a censura.” (Capítulo III).
Alguém pode muito bem conquistar algo que vai até ser louvado por isso, isso é comum entre a maioria e também ninguém é censurado por fazer algo que é do seu desejo e que se pode muito bem conseguir. A única coisa que não se deve fazer é a seguinte: não ter recursos e possibilidades e mesmo assim tentar fazer de qualquer maneira, sendo assim, a censura se tornará inevitável.


“Os Estados que são governados por um príncipe e servos, têm aquele com maior autoridade, porque em toda a sua província não existe alguém reconhecido como chefe senão ele, e se os súditos obedecem a algum outro, fazem-no em razão de sua posição de ministro e oficial, não lhe dedicando o menor amor.” (Capítulo IV).
Os servos de maneira alguma devem obedecer outro que não seja o seu chefe, isso não só em relação ao principado, mas num todo, no emprego, na escola, nas igrejas. Nunca na vida, agir de maneira contrária à sua autoridade é considerado algo correto.


 
“Mas quando as cidades ou as províncias estão acostumadas a viver sob um príncipe, extinta a dinastia, sendo de um lado afeitas a obedecer e de outro não tendo o príncipe antigo, dificilmente chegam a acordo para escolha de um outro príncipe, não sabem, enfim, viver em liberdade: dessa forma, são mais lerdas para tomar das armas e, com maior facilidade, pode um príncipe vencê-las e delas apoderar-se.” (Capítulo V).
As cidades ou províncias geralmente se tornam dependentes de seus príncipes e assim não conseguem nem escolher um substituto, obrigando a talvez com maior facilidade um príncipe vencer e se apoderar das armas.

O Príncipe - Nicolau Maquiavel

Vou postar aqui um pouco do meu trabalho de história sobre o livro "O Príncipe" onde li e comentei sobre os pensamento de Maquiavel. Vamos lá!

O livro “O Príncipe” se inicia com uma definição de Maquiavel sobre os principados e de que modo elas se adquirem, como citado no trecho:
“Todos os Estados, todos os governos que tiveram e têm autoridade sobre os homens, foram e são ou repúblicas ou principados. Os principados são: ou hereditários, quando seu sangue senhorial é nobre há já longo tempo, ou novos.” (Capítulo I).
O que ele quis dizer com isso foi que o Estado cujo chefe tem o título de príncipe pode ser assim, por motivo de que há tempos já se governava assim, mas isso não impede de um Estado decidir se tornar principado mesmo sem antes ter esse tipo de governo.


“Digo, pois, que para a preservação dos Estados hereditários e afeiçoados à linhagem de seu príncipe, as dificuldades são assaz menores que nos novos, pois é bastante não preterir os costumes dos antepassados e, depois, contemporizar com os acontecimentos fortuitos, de forma que, se tal príncipe for dotado de ordinária capacidade sempre se manterá no poder, a menos que uma extraordinária e excessiva força dele venha a privá-lo; e, uma vez dele destituído, ainda que temível seja o usurpador, volta a conquistá-lo.” (Capítulo II).
O trecho ele explica que é muito mais difícil nos Estados novos do que nos que já exerciam esse governo. E diz também que um príncipe eficiente e capaz, dificilmente irá deixar o poder e mesmo se deixar, é muito provável que o mesmo volte a conquistar.


“Deve, ainda, quem se encontre à frente de uma província diferente, como foi dito, tornar-se chefe e defensor dos menos fortes, tratando de enfraquecer os poderosos e cuidando que em hipótese alguma aí penetre um forasteiro tão forte quanto ele.” (Capítulo III)
À frente de uma província diferente é indispensável um defensor, alguém que não deixe alguém mais forte do que ele entrar no seu território. O mesmo tem o dever de enfraquecer os mais fortes e cuidar dos menos fortes.
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